O que tem a dizer Valência, a Capital Mundial do Design de 2022?

Descobrir o design impregnado na cidade: este é o convite que Valência, Capital Mundial do Design 2022, propõe aos seus cidadãos e visitantes ao longo deste ano. Da horta ao centro histórico, da discoteca à praia, das grandes exposições aos pequenos gestos cidadãos.

© WDC Valencia

Valência, a terceira cidade espanhola e um dos grandes portos do Mediterrâneo, há muito que é conhecida pelas suas laranjas e arrozes, sedas e cerâmicas, móveis e brinquedos. Visitar os seus edifícios emblemáticos, desde a gótica Lonja de la Seda ao modernista Mercado Central, é testemunhar o papel da indústria e do comércio para a vida da cidade. Enquanto Capital Mundial do Design, título que ostenta em 2022, Valência convida-nos a descobrir e compreender o papel do design para a sua economia, cultura e vida urbana muito para além dos seus produtos ou edifícios.

O título de Capital Mundial do Design (CMD) foi atribuído pela primeira vez a Turim em 2008 pela World Design Organization (Organização Mundial do Design, WDO). Esta organização, conhecida até 2017 como International Council of Societies of Industrial Design (Conselho Internacional de Sociedades de Design Industrial, ICSID), foi fundada em 1957 para representar os interesses dos designers industriais.

Foi também uma de muitas instituições da sociedade civil criadas no pós-guerra com o objectivo de promover, em articulação com as Nações Unidas, uma visão de um mundo multipolar e assente no desenvolvimento, na cultura e na paz. Depois de Turim, Seul e Helsínquia – que a Fugas visitou em 2012 – seguiram-se a Cidade do Cabo, Taipei, Cidade do México e Lille, que defendeu o título essencialmente online devido à pandemia da covid-19. O que tem, então, Valência para ver e dizer em 2022 sobre design?

O L’Etno, museu etnográfico de Valência, é o lugar ideal para começar uma visita à cidade. A sua exposição permanente, renovada durante a pandemia, tem o título Não é fácil ser valenciano. Os textos que interpretam os vários artefactos expostos descrevem com exemplar frontalidade as transformações da vida quotidiana e da cultura popular da região ao longo das últimas décadas. Renunciando a qualquer romantismo sobre o artesanato ou a vida rural, aborda dinâmicas como a gentrificação e a exploração laboral, tanto nos cultivos como nas indústrias – incluindo a indústria do turismo – que trouxeram prosperidade à terceira maior cidade de Espanha. Estas dinâmicas contribuíram para não só transformar a economia mas também para reimaginar a(s) identidade(s) da sua população, fazendo com que de facto não seja fácil definir o que é ser valenciano. Embora a exposição não o afirme, o design faz parte de todas essas dinâmicas.

O designer gráfico Xavi Calvo, director da València Capital Mundial del Diseño, assume que também no design a identidade valenciana reflecte a fluidez das suas gentes, línguas e fronteiras territoriais. Uma das expressões dessa identidade é falar o valencià, idioma oficial desta comunidade autónoma que, tal como o catalão e o occitano, se estende do Leste peninsular às Ilhas Baleares e do Sudoeste de França à Sardenha. A língua é, assim, uma das maneiras através das quais – por tradição, resistência ou aspiração – a identidade valenciana exprime a sua ligação ao Mediterrâneo. Que, como Calvo admite, em Valência é considerado não só parte da paisagem ou da história da cidade mas um activo identitário, associando o design praticado e usufruído nesta cidade a adjectivos como abertura, calidez, meridionalidade e convivialidade.

Poéticas à parte, Calvo explica que a CMD foi tornada possível através dos esforços das associações valencianas de designers, em colaboração com entidades estatais como a Câmara Municipal, a Deputação e a Comunidade Autónoma de Valência. A estas somam-se instituições locais ligadas à cultura, à ciência e ao ensino, sem esquecer as empresas mas também as iniciativas cidadãs. Todas juntas fazem com que a CMD envolva diversos agentes e sectores da população de uma área metropolitana com mais de 1,5 milhões de habitantes: a terceira de Espanha e semelhante à de Lisboa.

A forma como o design é levado a sério por muitos destes sectores (e, esclarece Calvo, todos os partidos políticos), bem como a organização e ambição da classe profissional do design, fez com que Valência tenha acolhido nos últimos dois anos a entrega do Prémio Nacional de Inovação e Design, atribuído pelos reis de Espanha e pela Ministra da Ciência e Inovação a pessoas, colectivos e empresas que se destacam pela sua contribuição tanto para a profissão como para a sociedade.

Mas também a criação do Conselho Municipal de Design, um órgão independente e transversal composto por profissionais externos, o qual tem como objectivo assessorar todas as áreas da administração local: do urbanismo à comunicação visual, da arquitectura ao design de serviços públicos. Estes são apenas dois exemplos de como a CMD pretende transformar a forma como o design é praticado, discutido, divulgado e reconhecido em Valência muito para além de 2022. Os seguintes destaques da sua programação, bem como o guia para o segundo semestre de 2022 que complementa este texto, permitem ter uma ideia do que há para ver e dizer sobre design este ano em Valência.

Àgora València

Todo o design, em todo o lado, para toda a gente

Se o L’Etno é o museu ideal para compreender Valência, uma visita às exposições e iniciativas da CMD permite reflectir sobre como o design se relaciona com diversas áreas da história, da cultura e da economia a nível local, nacional e global. Organizadas ao longo do ano em instituições de toda a cidade, incluem abordagens à conturbada história política de Espanha, tais como a exposição Josep Renau y el tiempo de las imágenes, patente numa dependência da Diputação de Valência e dedicada a um dos maiores designers e intelectuais valencianos, ministro da Cultura da II República, que em 1936-37 teve Valência como capital. Mas também ¿25 años de paz? El lavado de imagen del franquismo en 1964 sobre a propaganda no regime de Franco a partir de 1964, organizada no Museu Valenciano do Iluminismo e da Modernidade (MuVIM).

O Centro del Carmen de Cultura Contemporânea (CCCC) e o Instituto Valenciano de Arte Moderno (IVAM), principais instituições dedicadas à cultura contemporânea na cidade, albergaram exposições emblemáticas da CMD, a começar pela Ruta gráfica. El diseño del sonido de València, dedicada ao design da comunicação das discotecas da Ruta del Bacalao, um fenómeno único da cultura urbana espanhola dos anos 1980-90. Nude. 20 años. 20 diseñadores é dedicada ao prémio associado à feira do móvel de Valência que deu a conhecer vários novos designers nas últimas duas décadas. Frutas de diseño revela um património gráfico inigualável em Espanha: as muitas marcas criadas desde a década de 1950 para vender os citrinos e outras frutas da região por todo o mundo, patentes em autocolantes, papéis de seda e caixas de madeira.

No Museo Nacional de Cerâmica e Artes Suntuárias González Martí, a exposição Diseñar el Aire mostrou os resultados da colaboração entre designers e artesãos na criação do mais espanhol dos acessórios: o leque. Depois da exposição Fallas experimentales. Experimentar con las fallas, que abordou o legado do concurso de Fallas Experimentais e Inovadoras promovido nos anos 1990, o Museu Fallero da Universidade Politécnica de Valência organiza no fim deste ano a exposição Las fallas y el diseño, dedicada às intersecções entre o design e maior festa popular de Valência. As fallas são figuras, entre o modesto e o monumental, colocadas por toda a cidade para serem incendiadas na noite de dia 19 de Março na La Cremà, verdadeira celebração da Primavera, do ofício ancestral da carpintaria e da atracção valenciana pelo fogo.

A Àgora València, que desde 17 de Junho se tornou no centro nevrálgico da CMD, presta também homenagem a um ofício artesanal e património único de Valência. Erguido na Praça da Câmara Municipal, a Àgora é um pavilhão projectado pelo arquitecto Miguel Arraiz em colaboração com os ateliers Arqueha Arquitectura y Urbanismo e Cosín Estudio. Alia uma estrutura composta de lâminas de MDi – um material cerâmico inovador desenvolvido pela empresa local Inalco – a um telhado ondulante de lâminas de madeira realizado por Manolo Garcia, mestre da carpintaria artística e reconhecido fallero, ou seja, construtor de fallas.

Ao longo do resto do ano, a Àgora alberga apresentações, conversas, apresentações de filmes, lançamentos de livros e muitos outros eventos. Como a Festa do Orgulho 2022, celebrada numa praça muito cheia na noite de 25 de Junho, durante a qual a estrutura se revestiu com as cores da bandeira arco-íris. Um pequeno mas importante gesto que mostra como o design se relaciona com a vida da cidade.

© WDC Valencia

Mais que grandes obras, pequenos gestos

O título de CMD permite a Valência não apenas promover e financiar um ambicioso programa anual de eventos mas sobretudo revelar o muito que já acontece na cidade. Xavi Calvo aludiu a isso no fim de Junho, no lançamento do último número da revista Makma dedicado ao design. Comentou, com um sorriso: “Temos de normalizar ter dois eventos de design a acontecer em simultâneo numa terça-feira de Junho.”

Mas corresponde esta efervescência de eventos à criação de uma massa crítica valenciana em termos de design? À semelhança de outros festivais dedicados ao design e à arquitectura – tal como as bienais e trienais de Ljubljana, Saint-Étienne, Milão, Tallinn, Porto e Lisboa –, a CMD exerce ao mesmo tempo uma força centrífuga e centrípeta sobre quem lá vive e trabalha, estuda ou se interessa pelas áreas a que se dedica. Se por um lado pretende mostrar as suas propostas e projectos a quem vem de fora, por outro traz ideias e pessoas de todo o mundo, alimentando as suas comunidades de informação e inspiração.

A mais importante destas comunidades, em qualquer destes festivais, é a dos estudantes de design. São elas e eles que, ao assistir e sobretudo ao participar em palestras e conversas, oficinas e visitas a exposições, fazem com que todos os esforços feitos na sua organização possam dar frutos. Neste aspecto Valência é, para todos os efeitos, a capital espanhola e mesmo ibérica do design, pois conta com mais estudantes, nas suas várias disciplinas, do que Madrid e Barcelona. É nesta comunidade que encontramos um de vários pequenos gestos, tão originais como estratégicos, que mostram como no âmbito da CMD se pensa e investe no design para além da efervescência dos eventos.

Disseny Obert, EASD València

O projecto Disseny Obert (Design Aberto) consiste num contentor projectado por estudantes da Escola Superior de Design de Valência que leva uma selecção de livros e revistas sobre design – por eles comentados em originais recensões acessíveis no Youtube – ao público das bibliotecas municipais. Outro destes gestos é a formação de guias turísticos para reconhecer e divulgar o património projectado da cidade – do mobiliário urbano à tipografia usada nos letreiros e embrulhos das lojas com história valencianas.

São, afinal, gestos como estes que dão a Valência a sua originalidade enquanto capital mundial do design. Estes não pretendem celebrar o design enquanto um conjunto de obras, sejam elas peças de mobiliário exclusivo ou edifícios “de autor”. Tais como, aliás, as fotogénicas mas insustentáveis infra-estruturas construídas em Espanha (e Portugal) nos tempos de dinheiro fácil e vistas curtas, cujo exemplo maior é a Cidade das Artes e das Ciências de Valência, projecto milionário do controverso arquitecto Santiago Calatrava.

Ao invés, Valência celebra este ano o design enquanto disciplina dedicada a criar relações, enfatizando a contribuição dos seus estudantes e profissionais para uma cidadania activa e participada, consciente tanto do seu património como dos nossos desafios presentes e futuros.


Destaques da CMD até ao fim do ano

1. Casas para jugar
Museu Nacional de Cerâmica e Artes Suntuarias González Martí
Até 28 de Agosto
Uma exposição sobre casas de bonecas que parte da colecção do Museu do Brinquedo da Universidade Politécnica de Valência (UPV) para reflectir sobre a evolução de uma forma de brincar mas também sobre uma das principais indústrias valencianas: os brinquedos.

2. XVII Congresso Internacional DoCoMoMo
Escola Técnica Superior de Arquitectura da UPV
De 6 a 10 de Setembro
Congresso do Comité Internacional para a Documentação e Preservação de Edifícios, Sítios e Unidades de Vizinhanças do Movimento Moderno (DoCoMoMo), organizado sob a temática “Design moderno: compromisso social e qualidade de vida.”

3. Diseño + salud
Museo Valenciano de la Ilustración y la Modernidad (MuVIM) e Palau de Colomina
De 20 de Outubro a 31 de Dezembro
Uma exposição, comissariada pelo designer e director artístico Ramón Úbeda, sobre o papel do design no sector da saúde e contribuição para o bem-estar das pessoas.

4. València Disseny Week + World Design Street Festival
De 19 a 25 de Setembro
Coincidindo com a Feria Hábitat Valencia, a principal feira internacional dedicada ao mobiliário e iluminação do Sudoeste Europeu, a Semana do Design de Valência e o World Design Street Festival trarão múltiplas iniciativas às ruas e locais da cidade, assim como instalações, exposições e ateliers abertos.

5. Diseño para la participación e inclusión social
Centre Cultural La Nau
De 2 a 23 de Novembro
Exposição coordenada pelo Instituto para la Investigación y Desarrollo de los Procesos de Creación y Arteterapia (IDECART) da Universidade Politécnica de Valência sobre criatividade, design e terapia da arte.

6. Design Policy Conference
Palacio de Congresos de València
3 e 4 de Novembro
Grande conferência internacional dedicada a divulgar as melhores práticas e políticas de design, com especialistas de vários países, regiões e cidades.

7. Escenarios de un futuro cercano
Centre del Carme Cultura Contemporánea (CCCC)
De 15 de Novembro a 20 de Janeiro de 2023
Exposição comissariada por Tachy Mora, jornalista especializada em design, sobre o futuro próximo dos nossos espaços domésticos.


La Casa del Puerto

Informações

Como ir

Voar é a forma mais rápida e barata de chegar a Valência de Portugal. A TAP, Vueling e Ryanair oferecem vários voos diários directos de Lisboa e a Ryanair voa também do Porto. O aeroporto de Valência fica a 30 minutos de metro do centro da cidade.

Onde dormir

La Casa del Puerto
Dois edifícios contíguos do típico do bairro popular El Cabanyal, junto à Marina, recuperados pelo designer Óscar Lázaro e sua irmã Pilar, fundadora dos restaurantes/pastelarias La Más Bonita. Quatro apartamentos que celebram os materiais, as cores e o descanso mediterrâneos.
Calle Padre Luís Navarro, 3
Tel.: 00 34 637 686 935
E-mail Site
Preço: entre 115 e 250 euros

Yours Boutique Hotel
Um hotel minimalista em Ruzafa fundado pelo casal neerlandês Daphne Kniest e Wouter Kock, ideal para explorar o bairro mais trendy de Valência. O sofisticado design de interiores é do Estudio Savage, dos valencianos AdriánSalvador e Lucas Zaragosí.
Calle Cuba, 19
Tel.: 00 34 960 43 93 20
E-mail Site
Preço: entre 115 euros por um quarto duplo e 164 euros pela penthouse com terraço privativo

Helen Berger Hotel & Bar
O mais recente e elegante hotel do grupo Staying Valencia, que conta com um conjunto diversificado de hotéis e apartamentos por toda a cidade. Destaque para a irrepreensível identidade visual de Isra Pinilla e para a Água de València servida no bar-restaurante.
Calle Comedias, 22–24
Tel.: 00 34 960 479 136
E-mail Site
Preço: entre 185 euros por um quarto duplo e 370 euros pela penthouse

Onde comer

La Matandeta
Único restaurante situado em pleno arrozal do Parque Natural de la Albufera, é naturalmente especializado em arrozes, todos feitos por encomenda no forno a lenha. A melhor forma de lá chegar é de bicicleta: trinta minutos do centro da cidade, dez da praia de El Saler.
Carretera Alfafar-El Saler KM4
Tel.:00 34 962112184
Site

Villa Indiano
O novo projecto dos fundadores do Caro Hotel e do espaço cultural Convent Carmen abriu no início deste Verão, numa antiga casa de veraneio burguesa em plena horta dos arredores de Valência, um novo pólo gastrocultural que une vários públicos e experiências. Além do programa intenso de actividades no jardim ou do restaurante especializado em arrozes e peixe, esta é também uma montra para o design valenciano – desde a identidade visual de Ibán Ramon ao mobiliário dos Clap Studio. Recomenda-se ir de metro: a estação de Burjassot fica mesmo em frente.
Camí de l’estació, 4 – Burjassot
Site

Anyora Bodega
Nesta taberna do bairro de El Cabanyal, aberta desde 1937 e renovada em 2017 pelo chef Román Navarro, o design de interiores de Laura Losada, a identidade visual do Estudio Merienda e as ilustrações de Javier Pastor ajudam a criar um ar tão sofisticado como de “toda la vida.” Come-se e bebe-se o “de sempre,” bem e a bom preço.
Calle d’en Vicent Gallart, 15
Tel.: 00 34 963558809
Site

Livro Yo Quiero Diseñar

O que comprar

El Almacén de Patraix
Uma loja ecléctica aberta no bairro de Patraix pelo designer Sergio Mendonza, fundador dos restaurantes contíguos ElObservatorio (ideal para o brunch) e El Astrónomo (almoços de arrozes melosos e imbatível salada russa), durante a quarentena. Desde então vende produtos surpreendentes, que incluem copos de cerâmica, vinho natural, mel e crematcaseiro – bebida à base de rum, café e outros ingredientes usada na Catalunha para dar “cheirinho” ao café.
Calle Jerónimo Muñoz, 15
Instagram

Cuadernos Rubio
O valenciano Ramón Rubio fundou a editorial Rubio em 1965 para distribuir os cadernos que através do seu método original ainda hoje ajudam crianças de toda a Espanha a fazer contas, aperfeiçoar a caligrafia e a estimular o raciocínio. A colorida loja dos Cuadernos Rubio no centro de Valência – projectada pela dupla Ana Milena Hernández Palacios e Christophe Penasseo (Más Que Espacio) – merece ser visitada por adultos mas especialmente por crianças portuguesas.
Calle de Sorní, 9
Tel.: 00 34 960 693 915
Site

Yo Quiero Diseñar
O recuerdo ideal da CMD, este livro ilustrado por Luis Demano, projectado no Handshake Studio e redigido por Maria Ángeles Dominguez, com coordenação e direcção artística de Javier La Casta. Esta equipa valenciana reuniu-se para criar um livro que explicasse de forma simples e acessível, a todo o tipo de pessoas, o que é o design. E publicou-o através da Trampolín, uma plataforma criativa inclusiva que integra pessoas com incapacidade intelectual e profissionais da criatividade, financiada pelo programa de Inovação Social da Câmara Municipal de Valência.
Site

Melhor guia do que este é o Mapa del Disseny València, um projecto da CMD e da Visit València elaborado pela Agència Districte, dirigida pelo designer Vicent Molins. Permite navegar pela cidade com as melhores referências de design por bairro e tipologia de lugar. Como todos os aqui listados.
Site

A Fugas viajou a convite da Visit Valencia e dos hotéis La Casa del Puerto e Yours Boutique Hotel